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No accento pungido
Que sabe exhalar!

És a imagem mais querida
Formada por Deus no mundo —
És o sorriso da vida
Mesmo em báratro profundo —
És a flôr mais primorosa
Sempre, sempre tão viçosa
Nesse teu desabrochar; —
Que nunca terás na vida
O nome d’emmurchecida
Porque nunca has de murchar!

Teu rosto exprime a doçura
Do lyrio no despontar,
Quando se ostenta vaidoso
Em seu ramo a baloiçar: —
E teus olhos quaes estrellas
Tem mais fulgôr do que ellas
No firmamento a brilhar —
Porqu’infiltram em minh’alma
Com transporte e doce calma —
—Quanto vale um casto olhar! —

Teus labios de rubra côr
São do mais bello carmim
Quando discerram mimosos —
Murmurando um terno — sim! —