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«Quanta vez d’alma suspiro
«No inverno p’la primavera,
«Que tanta vida me dá —
«Nesse tempo em qu’ella impera?

«Infeliz não és tu só
«Neste mundo d’illusão: —
«Eu tambem soffro — e não tenho,
«Como tu — um coração.

«Calla pois os teus tormentos
«Em teu peito amargurado —
«Neste teu cruel penar —
«Sê crente e resignado!»

E assim a florinha
Tão meiga fallou —
Su’alma tão minha
Na minha roçou,
Que os prantos da terra
No peito callando —
Com ella scismando,
Meu pranto findou!


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