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ESPUMAS FLUCTUANTES

De um jasmineiro os galhos encurvados,
Indiscretos entravam pela sala,
E de leve oscillando ao tom das auras,
Iam na face tremulos — beijal-a.

Era um quadro celeste!... A cada afago
Mesmo em sonhos a moça estremecia...
Quando ella serenava... a flor beijava-a...
Quando ella ia beijar-lhe... a flor fuia...

Dir-se-hia que naquelle doce instante
Brincavam duas candidas crianças...
A briza, que agitava as folhas verdes,
Fazia-lhe ondear as negras tranças!

E o ramo ora chegava, ora afastava-se...
Mas quando a via despeitada a meio,
P′ra não zangal-a... sacudia alegre
Uma chuva de petaias no seio...

Eu, fitando esta scena, repetia
N′aquella noite languida e sentida:
— Ó flor! — tu és a virgem das campinas:
— Virgem! tu és a flor de minha vida!...


S. Paulo, Novembro de 1868.