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CASTRO ALVES

em flôr e ainda quanto ao primeiro o seu infortunio.

Em favor de Castro Alves accresce a qualidade de combatente na causa intensamente popular que foi entre nós a da abolição do elemento servil, podendo-se affirmar haverem-se vulgarizado tanto como o Ashasverus ou o Gondoleiro do amor, as Vozes d′Africa e o Navio negreiro.

Ser bem acceito ao publico não constitue, porém, regra absoluta para julgar do merecimento de qualquer escriptor. «A popularidade de um artista — pondera avisadamente o illustre critico acima citado — tanto póde ser um signal de sua superioridade, como de sua inferioridade, se bem eu esteja convencido de que, de uma maneira geral, e bem pesado o merecimento dessa popularidade, ella prova pelo menos que o artista soube impressionar o povo, transmittir-lhe a sua emoção e excitar o seu sentimento.»

É o caso do poeta bahiano. Seu communicativo enthusiasmo, o calor e apaixonado sentimento de seus versos, realçados quando elle os recitava, por uma palavra magica, que suggeriu a Ruy Barbosa a reminiscencia da pagina homerica ao referir-se o poeta grego a Thalthybios, arauto de Agammenon, «semelhante aos deuses pela voz», perduram, captivando ainda os que o lêm. Não são mais os homens de seu tempo, ou pelo menos não são os moços como elle, de sua epoca, mas é a mesma alma nacional que ahi está e continúa de admiral-o e querer-lhe.