ESPUMAS FLUCTUANTES
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Calaram-se o oceano, o rio, os lagos!
Nada turbava a solidão profunda!
Os navios no mar apodreciam
Sem marujos! os mastros desabando
Dormiam sobre o abysmo, sem que ao menos
Uma vaga na quéda alevantassem.
Tinham morrido as vagas! e jaziam
As marés no seu tumulo... antes dellas
A lua que as guiava era já morta!
No estagnado céo murchára o vento;
Esvahiram-se as nuvens. E nas trevas
Era só trevas o universo inteiro

Bahia. 23 de Dezembro.