ESPUMAS FLUCTUANTES
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Como O templo, que o crime encheu de espanto,
Ermo e fechado ao fustigar do norte,
Nas ruinas desta alma a raiva geme...
E cresce o cardo — a morte.
Ciúme! dòr! sarcasmo! — Aves da noite′
Vós povoais-me a solidão sombria,
Quando nas trevas a tormenta ulula
Um uivo de agonia!...
É tarde! Estrellad′alva! o lago é turvo.
Dansam fogos no pântano sombrio.
Pede a Deus que dos céos as cataractas
Façam do brejo — um rio!
Mas não!... Somente as vagas do sepulchro
Hão de apagar o fogo que em mim arde...
Perdôa-me, senhora!... Eu sei que morro...
É tarde! É muito tarde!...
Hio de Janeiro, 3 de Novembro de 1869.