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ESPUMAS FLUCTUANTES


Emigrantes sombrios que se embarcam
Para as plagas sem fira do outro mundo.

′l′em os fogos — errantes — por santelmo.
Fera por velame — os pannos do sudário..
Por mastro — o vulto esguio do cypreste.
Por gaivotas— o mocho funerário...

Ali ninguém se firma a um braço amigo
Do inverno pelas lúgubres noitadas...
No tombadilho indiíTerentes chocam-se
E nas trevas esbarram-.<iâ as ossadas...

Como deve custar ao pobre morto
Ver as plagas da vida além perdidas,
Sem ver o branco fumo de seus lares
Levantar-se por entre as avenidas!...

Oh! perguntai aos frios esqueletos
Porque não têm o coração no peito...
E um delles vos dirá: — Deixei-o ha pouco
De minha amante no lascivo leito. —

Outro: — Dei-oa meu pai. Outro: Esqueei-o
Nas innocentes mãos de meu filhinho... —
Meus amigos! notai... bem como um pássaro
O coração do morto volta ao ninho!...

.s.!\iulij— M»rço de 18C!′.