ESPUMAS FLUCTUANTES
67

Onde refervem sóes... e céos... e mundos...
Mais sóes... mais mundos, e onde tudo é meu...»

— Mulher! mulher! Aqui tudo é volupia:
A briza morna, a sombra do arvoredo,
A lympha clara, que murmura a medo,
A luz que abraça a flor e o céo ao mar.
Ó princeza, a razão já se me perde,
És a sereia da encantada Scylla,
Anjo, que transformaste-te em Dahia,
Samsão de novo te quizera amar!

Porém não páras neste vôo errante!
A que outros mundos elevar-me tentas?
Já não sinto o soprar de auras sedentas,
Nem bebo a taça de um fogoso amor.
Sinto que rolo em barathros profundos...
Já não tens azas, aguia da Thessalia,
Maldição sobre ti!... Tu és Omphalia,
Ninguem te ergue das trévas e do horror.

Porém silencio! No maldicto abysmo,
Onde cahi comtigo, criminosa,
Canta uma voz, sentida e maviosa,
Que arrependida sobe a Jehovah!
Perdão, perdão, Senhor! p′ra quem soluça,
Talvez seja algum anjo peregrino...
Mas não! inda eras tu, genio divino,
Também sabes chorar, como Eloah!