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ESPUMAS FLUCTUANTES

Vai!... Que o teu manto de mil balas roto
É uma bandeira que não tem rival.
— Desse suor é que Deus faz os astros.
Tens uma espada, que não foi punhal.

Vai, tu que vestes do bandido as roupas
Mas nâo te cobres de uma vil libré.
Se te renega teu paiz ingrato,
O mundo, a gloria tua pátria é!...

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V

E foi-se... E inda hoje nas horas errantes,
Que os cedros farfalham, que ruge o tufão,
E os labios da noite murmuram nas selvas
E a onça vaguêa no vasto sertão.

Se passa o tropeiro nas ermas devezas,
Caminha medroso, figura-lhe ouvir
O infrene galope d′Espectro soberbo.
Com um grito de gloria na boca a rugir.

Que importa se o tum′lo ninguem lhe conhece?
Nem tem epitaphio, nem leito, nem cruz!...
Seu tumulo é o peito do vasto universo,
Do espaço — por cupola — as conchas azues!...