A Ilha de Cypango


Estou sósinho! A estrada se desdobra
Como uma immensa e rutilante cobra
De epiderme finissima de areia
E por essa finissima epiderme
Eis-me passeiando como um grande verme
Que, ao sol, em plena podridão, passeia!

A agonia do sol vae ter começo
Caio de joelhos, tremulo... Offereço
Preces a Deus de amor e de respeito
E o Occaso que nas aguas se retrata
Nitidamente reproduz, exacta,
A saudade interior que ha no meu peito...

Tenho allucinações de toda a sorte...
Impressionado sem cessar com a Morte
E sentindo o que um lazaro não sente,
Em negras nuanças lugubres e aziagas
Vejo terribilissimas adagas,
Atravessando os ares bruscamente.