III

Pôdre meu Pae! A Morte o olhar lhe vidra.
Em seus lábios que os meus lábios osculam
Micro-organismos fúnebres pullulam
Numa fermentação gorda de cidra.

Duras leis as que os homens e a hórrida hydra
A uma só lei biologica vinculam,
E a marcha das moléculas regulam.
Com a invariabilidade da clepsydra!

Podre meu Pae! E a mão que enchi de beijos
Roida toda de bichos, como os queijos
Sobre a meza de orgiacos festins!..

Amo meu Pae na atómica desordem
Entre as boccas necróphagas que o mordem
E a terra infecta que lhe cobre os rins!