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mysteriosa dos nossos sentimentos, infinitamente vibraado e soluçando atravez do lento desenrolar das longas eras que passam.

Quizéra amar-te assim! Vibrado ao sói do teu sangue, incendiado na tua pelle flammante, cujos penetrantíssimos aromas selvagens me alvoroçam, entontecem e narcotisam.

Assim amar -te e assim querer-te — núa, lúbrica, nevrótica, como a magnética serpente de cem cabeças da luxuria — os olhos livorescidos, como prata embaciada; a fila rutila dos rijos dentes claros cerrada no deslumbramento, no explendor animal do coito; os nervos e músculos contrahidos e os formosos seios de setinoso tecido elevados como dois pequenos cômoros negros, cheios de narcotismos lethaes, impundonorosamente nús — ntís como todo o côrpo! — excitantes, impetuosos, tensibilisados e turgescidos, na materna afíirmação sexual do leite virgem da procreação da Espécie! E que a tua vulva velludosa, afinal! vermelha, accêsa e fuzilante como forja em braza, sanctuario sombrio das transfigurações, camará magica das metamorphoses, crysól original das genitaes impurezas, fonte tenebrosa dos êxtases, dos tristes, espasmódicos suspiros e do Tormento delirante da Vida; que a tua vulva, afinal, vibrasse victoriosamento o ar com as