obrasinlia, porque isso de Litteraturas não dá
pão para a bocca" e outras capciosas razões de
impotência que elles entre si discutem.
Sim! porque quanto a mim o Artista é um predestinado!
Quanto a mim elle é como uma ave estranha que já nascesse com as suas azas poderosas e gigantescas, ainda retraliidas embora por algum tempo, mas que depois as fosse abrindo aos poucos, abrindo, abrindo, até que se distendessem de todo pelos espaços fora, projectando então a sua grande e consoladora sombra de Amor sobre o velho mundo fatigado.
Ah! esta anciedade de seggregar-se a gente desses liliputianos prolíferos, que se reproduzem mais indefinidamente que os bichos de seda; que nos agarram pelo braço, que nos entram pelos ouvidos, pelos olhos, que nos attordôam com prosas e versos, sempre muito superiores e requintados!
D′essas individualidades grotescas, que querem
tomar a Arte de assalto e á bruta, sem nunca
comprehenderem profundamente as cousas, por
mais que fallem, por mais que gesticulem; verdadeiros
animaes de côrrida que pensam que a
Arte é uma questão de aposta para ver quem
chega primeiro e mais garboso ao final.