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E vê, vê tu lá que não é isso uma visão do avesso, um modo rude, violeutamente carregado, de sentir; — mas, tu que sonhas, que ambicionas já ser limpo nas tuas Enuunciações, trazer o signal caracteristico, o cunho immaculado, á prata e a bronze, a ouro e a aço, a sol e a sangue, de uma evidencia firme, vê lá bem se não é assim tudo, se tudo não é côrja, côrja, côrja que rasteja, côrja que raiva, côrja que ruge, hordas brutas cpie bramem, barbaras, hórridas hordas...

Atravéz da névoa delicada das scysmas que te tecem brando e emovente crepúsculo nos olhos, eu vagamente presinto radiantes lineamentos, revelações curiosas do teu Oriente espiritual futuro, como das neblinas tranquillas e luminosas desta carinhosa tarde que finda antevejo a aurora ílavescente de amanhã...

Suggestivamente, agora, cheia de concentrações e de vago, a tarde descia, mystica, suave e sagrada, evangélica, para a Religião solemne do Silencio...

Derradeiras harmonias veladas, de sol e sombra, erram indefinidamente nos espaços...

E, sombra e sol, na transição dessa hora meditativa, como que parecem sensibilisados, tocados de emoção humana, de musicas ennevoadas, mysteriosas, sonorisando os affectivos