humano transe de dar á luz, sem as entranhas
rasgadas, despedaçadas, sem os gritos horríveis,
sem os espasmos catalépticos, sem os lethargos
febris! Ó Mãe sem nervos e sem sangue, sem
estremecimentos, sem sensibilidades, sem êxtases,
sem frémitos, sem convulsões da carne na
hora augusta de gerar, ah! como tn dilaceraste
entre os teus dedos sagrados, como entre garras
ferozes, o meu humilde e frágil coração materno!
N′um só dia, })or um sêcco simoun de peste, levaste
todos os meus três filhos, negros e apodrecidos
ainda quentes pelo atroz phantasma da
morte.
Pequeninos, anjos que eram, dizem, talvez para me consolar agora, que elles foram para o Céo. Mas, no Céo, no Mar, na Terra, mortos como estão, tudo são covas. Virgem das Dores, tudo são covas e eu bem sei que elles jazem enterrados, medonhamente enterrados!
No entanto, quando as chuvas são torrenciaes, a noite, e o vento ruge com violência, arripiando as arvores, vento gemente e gelado de tempestade, ah! como parece á minha pobre cabeça dolorida e tresloucada de Mãe sem consolo, tristemente horrível o frio que elles hão de sentir lá, lá em baixo desses buracos negros! Como parece aos meus extremos allucinados, a minha