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cada traço da mão, como sob impressão magnética.


— Mas, não, não! dizia, arripiando o lábio n′um velado sorriso contrafeito, macabro. Não! Eu vi! Eu vi! Eu bem lhe fui acompanhando a gradação, o vulto que fazia aqui em toda a mão; a principio ténue, leve, pequena; depois grande, densa e negra, enchendo a mão toda pavorosamente, reptilmente rastejando, pondo-me calafrios tremendos na espinha. Sim! Eu bem a vi, aqui, aqui, persistente, entranhada, a horrivel nódoa negra, manchando-me a mão toda, não sei como, não sei d′onde mandada,

E os outros que lá estavam também como eu no cabaret, na sua hora d′alcool, sentiram-me a obsessão e riram e perguntaram se eu não estaria louco, se não era de facto um demente.

Mas eu ouvi e nada lhes disse, nada lhes respondi porque eu bem via, bem estava vendo a nódoa tomar-me pouco a pouco conta de toda a mão, alastrar-se por ella, negra, em breves momentos. Eu bem a vi! E o que importava o desdém ou a indiííerença dos outros, o ridículo que os outros me lançassem, se só eu a via, só eu! unicamente eu percebia que ella cá estava, funda, intensa, sem que eu a pudesse extinguir, fazel-a desapparecer para sempre. Sim! Ella cá

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