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Eram em torno paizagens tristes, torvas, arvores esgalhadas nervosamente, epileptieamente — espectros de esquecimento e de tédio, braços múltiplos e vãos sem apertar nunca outros braços amados!

Em cima, na eloquência lacrimal do céo, uma lua de últimos suspiros, morta, agoniadamente morta, sonhadora e nihilista cabeça de Christo de cabellos empastados nos lividos suores e no sangue negro e esverdeado das lethaes gangrenas.

Eu e ella caminhávamos nos despedaçamentos da Angustia, sem que o mundo nos visse e se apiedasse, como duas Chagas obscuras mascaradas na Noite.

Longe, sob a galvanisação espectral do luar, corria uma lingua verde de oceano, como a orla de um eclipse...

O luar plangia, plangia, com as delicadas violetas doentes e os círios accesos das suas melancholias, as phantasias românticas de sonhador espasmado.

Parecia o foco descommunal de tocheiros ardendo mortuariamente.

A pouco e poucodois exilados personagens do Nada — parávamos no caminho solitário,