267


267

Ah! eu comprehendia assim os absolutos Sacrifícios que redimem, as provações e resignações que transfiguram e renovam o nosso ser! Ah! eu comprehendia que um Soíírimento assim é um talisman divino concedido a certas almas para ellas advinharem com elle o segredo sublime dos Thesouros immortaes.

Um Soffrimento assim despertava em mim outras c(5rdas, fazia soar outra obscura musica. Ah! eu me sentia viver desprendido das cadeias banaes da Terra e pairando augustamente naquella Angustia, tremenda, que me espiritualisava e disseminava nas Forças repurificantes da Eternidade!

E como dentro de mim estava aberto para ella o sumptuoso altar da Piedade e da Ternura, eu, com supremos estremecimentos, acariciava essa allucinada cabeça, eu a levantava sobre o altar, accendia todas as prodigiosas e irisantes luzes a esse phantasma santo, que ondulava a meu lado, no soturno e solemne silencio de fim daquella somnambula peregrinação, como se ambos os nossos seres formassem então o centro genésico do novo Infinito da Dor!