magestoso apparato da Vida prestes a surgir do cháos, da chamma palpitante, prestes a irromper da treva...

Como que outra natureza, uma paixão viva e forte, um carinho maior me inundava, subia ver tiginosamente pelo meu ser, me incendiava n'uma onda flammante de luz virginal, de claridade vibrante, que me trazia ao organismo alvoroçado rejuvenescimentos inauditos, mocidade viril, poderosa, alastrando em seiva fremente de sensações, nervosamente, nervosamente impulsionando o sangue.

Ás vezes ficava como que n'um vacuo, só, n'uma sinistra amplidão vasia de affectos, sob o electrismo de correntes inviziveis que me prendiam, me arrastavam ao pensamento da Morte, ao auge do dilaceramento, da affliccão, do delirio despedaçador da lembrança de vel-a morta, sem estremecimentos de vitalidade; sem que as suas mãos cheias de affago, as suas mãos clementes, bemaventuradas, misericordiosas, perdoadôras, sagradas, relicariamente sagradas, me acariciassem mais; sem que os seus braços longos, lentos, languidos, me acorrentassem de tépidos abraços; sem que o contacto dos meus beijos apaixonadamente profundos a acordasse, — fria, insensível, horrivel, gelada ao meu clamor de adeus,