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abria-lhe a pelle em echymoses vermelhas, chagava-o com as suas tenazes em brasa e elle rasgava os pés nos cardos bravos, ensanguentava nos tentaculos hostis das ramagens intrincadas, da multiplicidade maravilhosa de vegetações extravagantes, multiformes, confuzas, de exuberancias phenomenaes de folhagens inauditas, d′entre as apotheoses viridentes de todas aquellas seivas, das possanças de todos aquelles gérmens, das impollutas manifestações de todas aquellas vidas vegetativas, sentindo uivar, bramir, rugir feras terríveis que lhe parecia virem de dentro de si próprio, sempre caminhando, caminhando pelas florestas como um deus singular ou um Índio magnetisador e feiticeiro que, sob a acção de philtros mágicos, annulasse todo o poder dos animaes selvagens, que se abatiam timidos ante o horror doloroso do seu Espectro peregrinante e como que sobrehumano.

E as florestas se reproduziam infindavelmente, cheias de um pavor magestoso, de phenomenos que as fecundavam e circulavam por todas ellas como estupendas creações feéricas.

E elle rompia florestas, florestas, florestas, caminhando como um pezadello, n′uma onda surda de anciedades que não lhe arrancavam, no entanto, nem um grito, nem um ai agoniado,