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a dos meus sonhos e gritos? Qual a dos meus desejos e febre?

Ah! esta minúscula humanidade, torcida, enroscada, assaltando as almas com a ferocidade de animaes bravios, de garras aguçadas e dentes rijos de carnivoro, é que não pode comprehender-me.


Sim! tu ê que não podes entender-me, não podes irradiar, convulsionar-te nestes effeitos com os archaismos duros da tua comprehensão, com a carcassa paleonthologica do Bom- Senso.

Tu é que não podes vêr-me, attentar-me sentir-me, dos limites da tua toca de primitivo, armada do bordão symbolico das convicções prehistóricas, patinhando a lama das theorias, a lama das conveniências equilibrantes, a lama sinistra, estagnada, das tuas insaciáveis luxurias.

Tu não podes sensibilisar-te diante destes extasiantes estados d′alma, diante destes deslumbramentos esthesiacos, sagrados, diante das eucharisticas espiritualisações que me arrebatam.

O que tu podes, só, é agarrar com phrenesi ou com ódio a minha Obra dolorosa e solitária e lêl-a e detestai -a e revirar-lhe as folhas, truncarIhe as paginas, ennodoar-lhe a castidade branca dos períodos, profanar-lhe o tabernáculo da linguagem, riscar, traçar, assignalar, cortar com

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