gritar, gritar, clamar, livremente, á natureza virgem, aos campos, ás florestas, aos mares, ás ullulantes tempestades, aos soes em febre, ás noites triumphaes, coroadas d′estrellas, aos ventos coroados de pezadellos, que esse Filho extravagantemente amado nascera, que surgira emfim do mysterio somnambulo da Maternidade...
A anciedade que me agitava, levantando dentro de mim o desconhecido, convulsionando este organismo n′um incêndio de sensação, era de deprécar ao Indefinido das Cousas, ao Abstracto das Formas, ao Intangível do Espirito, á Eloquencia dos Presagios, para que me disséssem o que ia ser d′esse fragil obscuro, d′essa timida flor da Desgraça, o que ia ser d′aquelles membros tenros, débeis; que estupendos augurios dormiriam no brilho fugitivo d′aquelles olhos inconscientes, perdidos no vago de um fluido sentimento, sob o fundo fatal das impuresas da Carne, das inquietações do Peccado — gérmens latentes ainda, apesar do desdobramento millenario das eras, da absoluta e primitiva Culpa humana.
Anciava que me disséssem que mágicos philtros de gnômos da Noite o predestinariam; que frémitos de desejo convulsionariam essa bocca ainda tão impolluta, sã, ainda sem laivos visguentos; que luxuria intensa e nova inflammaria,