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orientalistas» é obrigação de taes homens, é nossa obrigação mostrarmo-nos dignos da offerta e de futuros obsequios.

E’ certo que teremos o apoio, não só do jovem e sabio japonista, mas de todas as «Commissões nacionaes» de todo o congresso emfim.

Não podem ser mais auspiciosos os começos. Dentro em pouco podemos ter uma bibliotheca, um archivo, um museu digno de uma sociedade de orientalistas, e dentro de alguns annos, se formos homens de energia, poderemos dizer que em Portugal existe essa sociedade, poderemos dizer que nos cabe a gloria de termos acordado o espirito d’este povo adormecido mas apto para os grandes emprehendimentos, poderemos dizer que fizemos a primeira das revoluções — a da instrucção, poderemos dizer que concorremos para o engrandecimento d’esta nação.

A Italia vao no bom caminho. A França tem já um passado brilhante e glorioso no que respeita a todos os ramos do Orientalismo; é ella a grande propagadora, foi até em parte a grande mestra da Europa. A Alemanha é o grande fóco d’esta luz immensa. A Inglaterra, a Russia trabalham activas. Preparemo-nos nós em Portugal, que estamos mais atrazados do que a França ha cincoenta annos no que respeita ao Orientalismo; preparemo-nos, já que a indole socegada do nosso povo nos deixa gozar da paz que falta á Espanha.

Assim ella se levante nobre e digna d’este concerto dos