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cionarei, sem escolha, alguns nomes: os srs. Schoebel, Madier de Montjau, Le Vallois, Halévy, Foucaux; e em especial o sr. Cernuschi, que muito concorreu para a parte que dizia respeito á arte e industria japoneza e chineza, pondo á disposição do sr. Léon de Rosny uma preciosissima collecção de bronzes, d’entre os quaes se notou a estatua colossal de Buddha, obra prima da estatuaria japoneza, e um vaso dos sacrificios dos reis Tchangues (dynastia extincta 2000 annos antes de Christo), devido á quasi prehistorica habilidade industrial e artistica da raça chineza.

Os trabalhos do congresso começaram a 1 de setembro e foram encerrados a 12, no amphitheatro da Sorbonna. Durante estes 12 dias houve vinte e seis sessões (!) todas ferteis em resultados d’entre os quaes é por certo, pelo seu alcance moral, o primeiro, o acto de justiça por onde o Congresso iniciou os seus trabalhos, chamando os fundidores, os compositores — trabalhadores infatigaveis e obscuros sem os quaes não haveria sciencia e portanto não haveria industria, não haveria civilisação — chamando d’esses homens que, mortaes, têem tornado eternas as producções dos genios e assegurado a immortalidade ás obras de seus irmãos os trabalhadores da sciencia, chamando aquelles que tão dignamente têem concorrido para o desenvolvimento do Orientalismo. chamando-os e dando-lhes medalhas e diplomas e fazendo-os victoriar pelos espectadores, que, unanimes e commovidos, applaudiam a reparação devida.

O fim dos congressos scientificos é um fim prático: Não deixar isolados e por assim dizer desconhecidos e infecundos os trabalhos, os descobrimentos do mais humilde investigador; trazer á téla da discussão os modos de ver