O Lobo Velho

Adoecera o lobo e, como não pudesse caçar, curtia na cama de palha a maior fome de sua vida. Foi quando lhe apareceu a raposa.

— Benvinda seja, comadre! E’ o ceu que a manda aqui. Estou morrendo de fome e se alguem não me socorre, adeus lobo!...

— Pois espere aí que já arranjo uma rica petisqueira, respondeu a raposa com uma ideia na cabeça.

Saiu e foi para a montanha onde costumavam pastar as ovelhas. Encontrou logo uma, desgarrada.

— Viva, anjinho! Que faz por aqui, tão inquieta? Está a tremer...

— E’ que me perdi e tremo de medo do lobo.

— Medo do lobo? Que bobagem! Pois ignora que o lobo já fez as pazes com o rebanho?

— Que me diz?

— A verdade, filha. Venho de casa dele, onde conversamos muito tempo. O pobre lobo está na agonia e

arrependido da guerra que moveu ás ovelhas. Pediu-me

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