— Fez muito bem! berrou Emilia. Isso de coleira o diabo queira...

Narizinho bateu palmas.

— E não é que ela fez um versinho, vóvó?” Isso de coleira, o diabo queira...” Bonito, hein?...

— Bonito e certo, continuou Emilia. Eu sou como esse lobo. Ninguem me segura. Ninguem me bota coleira. Ninguem me governa. Ninguem me...

— Chega de “mes”, Emilia. Vóvó está com cara de querer falar sobre a liberdade.

— Talvez não seja preciso, minha filha. Vocês sabem tão bem o que é liberdade que nunca me lembro de falar disso.

— Nada mais certo, vóvó! gritou Pedrinho. Este seu sitio é o suco da liberdade; e se eu fosse refazer a natureza, igualava o mundo a isto aqui. Vida boa, vida certa, só no Picapau Amarelo.

— Pois o segredo, meu filho, é um só: liberdade. Aqui não ha coleiras. A grande desgraça do mundo é a coleira. E como ha coleiras espalhadas pelo mundo!


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