Os Dois Pombinhos
Eram felizes. Queriam-se muito e contentavam-se com o que tinham. Mas um deles perdeu a cabeça e, farto de tanta paz, encasquetou na cabeça a ideia de correr mundo.
— Para quê? advertiu o companheiro. Não é tão sossegado aqui este remanso ?
— Quero ver terras novas, respirar novos ares.
— Não vá! Ha mil perigos pelo caminho, incertezas, traições. Além disso, o tempo não é proprio. Epoca de temporais.
De nada valeram os bons avisos. O pombinho assanhado beijou o companheiro e partiu.
Nem de proposito, uma hora depois o ceu se tolda, os ventos rugem. O imprudente viajante aguenta o temporal inteiro fora de abrigo, encolhido numa arvore seca. Sofre horrores; mas salva-se, e quando veio a bo-
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