PREFACIO

“Se a popularidade fôsse a medida exata do valor dos indivíduos, muito mal colocados haveriam de ficar alguns dos mais dignos representantes da espécie humana. E de modo particular os filósofos. A certos privilegiados do favor público e que se exibem no palco, ou mais freqüentemente hoje, na tela sonora, ou mesmo a profissionais de exercícios violentos, a fama os coroa e lhes espalha o nome aclamado aos quatro ângulos do mundo. Quem os não conhece? É só abrir gazetas ou revistas: lá estão em retratos, anedotas, minúcias de traços pessoais, quiçá de excentricidades ou absurdos. E se lhes disputam, como relíquias, fotografias e autógrafos.

Filósofos... Quem os conhece e admira, fóra de um reduzido círculo de eruditos ou diletantes, se não for excepcionalmente, por motivo quase sempre fútil, passageiro, mero capricho da inconstante Moda?

Filósofos... O próprio sentido pejorativo que o vocábulo veio a ter no falar coloquial deixa entrever