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Vozes de passados dias,
Doce amor, ardente esp'rar,
Que como legenda antiga,
Vem o echo recordar.
Uhu, schuhu gritam perto
Gaio, mocho e noitibó.
Pois tudo 'stará desperto,
Não dormirá nem um só?
Barrigudas salamandras
São nas moitas a mexer?
E as raizes quaes cobras
No areal a correr,
Extranhos laços formando,
Fis nos prendem nos aterram;
De troncos solidos lançam
Mãos, de polypo que afferram
O viandante. E os torpes ratos
Variegados, numerosos,
Pelo musgo da charneca
Vão correndo pressurosos.
E lá fulgem vagalumes,
Voando em densos cardumes
Ao cortejo que endoudece.
Mas dize tu se paramos
Ou inda mais longe vamos?
Tudo volver-se parece!