Eleva o vôo teu longe das montureiras,
Vae-te purificar no éter superior,
E bebe, como um puro e sagrado licor,
A alvinitente luz das límpidas clareiras!

Neste bisonho val de mágoas horrorosas,
Em que o fastio e a dor perseguem o mortal,
Feliz de quem puder, n’uma ascensão ideal,
Atingir as mansões ridentes, luminosas!

De quem, pela manhan, andorinha veloz,
Aos domínios do ceu o pensamento erguer,
— Que paire sobre a vida, e saiba compreender
A lingoágem da flor e das cousas sem voz!