RICHARD BARBROOK

de fusão termonuclear controlada a ser testemunhada pelo público comum”. No seu pavilhão Progressolândia, uma intensa e barulhenta explosão de luz e sons era criada a cada seis segundos ao espremer plasma com um ímã gigantesco.[9] A General Electric declarou que esse experimento “todo-inspirador” foi o primeiro passo em direção ao desenvolvimento de uma fonte de fornecimento ilimitado de energia livre: a fusão nuclear. Durante a década anterior, essa construtora de fábricas de energia graciosamente faturou o entusiasmo do governo dos Estados Unidos ao gerar eletricidade por fissão nuclear. Na Sala de Ciências, a agência estatal dirigente desse projeto organizou uma exposição infantil que explicava como a nova forma da energia melhorava as vidas de cada estadunidense: “Vila Átomo, EUA”.[10] No seu pavilhão, a General Electric previu que as maravilhas da fusão nuclear logo ultrapassariam até aquelas da fissão nuclear. Esse método futurista de gerar eletricidade prometeu ser tão eficiente que logo não haveria mais nenhuma razão para medir seu uso pelos consumidores. A era da energia livre era iminente.

Qualquer que fosse a tecnologia, a mensagem dessas exposições corporativas era a mesma. Os grandes negócios construíam um futuro estadunidense muito melhor e mais brilhante. Em nenhum outro lugar essa atitude auto-congratulatória esteve mais em evidência do que nas exposições que apresentavam as últimas inovações em tecnologias da informação. Os pavilhões corporativos enfatizavam o controle de seus patrocinadores sobre o rápido desenvolvimento nos meios de comunicação, telecomunicação e computação. A RCA participava da Feira Mundial para celebrar o bem sucedido lançamento do televisor em cores nos Estados Unidos. Nessa exposição, o público pôde perambular pelos estúdios em plena produção dos programas que seriam transmitidos ao vivo para 250 telas espalhadas por todos os cantos. Dentro do pavilhão da Bell houve demonstrações de videofones, sintetizadores de voz, lasers, jogos eletrônicos, entre

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