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José Antônio Marinho


Aliberdade de um povo não é uma conquista fácil. Aqueles que ao nascer encontram uma pátria livre, dotada de instituições protetoras, que gozam pacificamente de todos os cômodos, de todas as vantagens da liberdade e da civilização, nem sempre fazem idéia das lutas, dos sacrifícios que esses benefícios custaram à geração que os precedeu. No Brasil, como por toda a parte, a liberdade foi o prêmio do esforço, da dedicação e do patriotismo. A independência teve seus heróis e seus mártires.

A presença do príncipe português, que associou-se e tomou a responsabilidade dessa idéia generosa, tornou, é verdade, a revolução da independência muito mais fácil, muito menos ensangüentada do que tê-lo-ia sido em outras circunstâncias. Entretanto o fato da independência não foi consumado senão depois de lutas muito renhidas e do sacrifício de muitos patriotas.

Os dez anos do primeiro reinado, o período regencial, e os primeiros anos do segundo reinado não se passaram no seio da paz; pelo contrário, a luta foi muito mais viva, os combates muito mais encarniçados do que os da revolução da Independência. É que há uma enorme diferença entre esses dois períodos da nossa história. No primeiro restava em questão a autonomia da Nação brasileira; tratava-se de tornar o Brasil uma nação independente, de quebrar os laços que o