S. Bernardo
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Luiz Padilha tinha recebido o recado e desde a vespera remexia o quengo, curioso.

— E’ isto. Creio que estou com vontade de abrir uma escola.

— Magnifico! exclamou Azevedo Gondim com um sorriso que lhe achatou mais o nariz. Acceitou o meu conselho, hein? Não ha nada como a instrucção.

O advogado passou os dedos pela testa e pressagiou, distrahido, que a escola teria grande utilidade.

Encolhi os hombros:

— Sei lá! Não acredito. Tanto que resolvi aproveitar o Padilha. Está claro que se poderia arranjar uma boa escola rural, com ensino razoavel de agricultura e pecuaria. Mas onde vou encontrar technicos? E que dinheirão! Por emquanto é apenas um bocado de leitura, escripta e conta. Você estará em condições de encarregar-se disso, Padilha?

Luiz Padilha informou-se do ordenado e declarou que vivia cheio de occupações.

Devagarinho, foram clareando as lampadas da illuminação electrica. Luzes tambem nas casas dos moradores. Se aquelles desgraçados que se apertavam lá em baixo, ao pé das cercas de Bom Successo, tinham nunca pensado em alumiar-se com electricidade! Luz até meia-noite. Conforto! E eu pretendia installar telephones.

Casimiro Lopes approximou-se, capengando.