— E’ O que eu preciso, o fogo. O fogo e um pote.

Continuou a riscar figuras no chão. Curvada, um rosário de contas brancas e azues apparecia pelo cabeção aberto e batia-lhe nas pellancas dos peitos.

— Queria também um tacho. O outro furtaram.

Lembrei-me do tacho velho que era o centro da pequenina casa onde viviamos. Mexi-me em redor delle vários annos, lavei-o, tirei-lhe com areia e cinza as manchas de azinhavre — e delle recebi sustento. Margarida utilizou-o durante quasi toda a vida. Ou foi elle que a utilizou. Agora, decrepita, não podia ser doceira, e aquelle traste se tornava inteiramente desnecessário.

— Está bem, mãe Margarida, terá um tacho igual ao outro.