Na janela da direita, que durante o dia estava aberta sempre, de costume estendiam em um cordel passado de uma à outra ombreira certa colcha de chita de ramagens, que ao sopro do vento desfraldava-se à guisa de estandarte. Quem tinha a dita de conhecer a Sra. Rufina Ribas, acertando de passar por aqueles sítios e dando com o espantalho da tal coberta, adivinhava logo que era da garrida matrona essa janela.

Tinha outro ar e outros modos a janela da esquerda. Começava logo por uma latada que lhe haviam armado em volta, e lhe servia como de capuz, com as ramadas do maracujazeiro, entrelaçada pelos escaques do caramanchel. Dava-lhe isso, à tal janelinha, uns biocos de freira, mas de freira moça e bonita, que lá do remanso do claustro enfia pela grade uma olhadela curiosa e ávida do burburinho do mundo.

Outra diferença vinha de estarem as adufas da direita sempre cerradas, em horas soalheiras; nisso pareciam-se com o cálice de certas flores e com os cílios da juriti, que fecham-se pela muita luz e só abrem ao doce toque do crepúsculo. Todavia não eram elas tão recatadas do sol, que não se descerrassem lá uma ou outra vez, na calma do dia, sobretudo aos domingos,