perto, entre os cajueiros e mangues do areal da Penha, mesmo naquele claro para onde está olhando agora a curiosa.

Debruçada sobre o peitoril, com as mãos seguras ao batente onde apoiava o seio, o pescoço estendido e o ouvido alerta, tinha a menina o jeito de uma lebre agachada à boca da toca sobre as patas dianteiras, com as orelhas crespas, de espreita ao perigo. Este não andava longe.

Atravessando a ponte e seguindo pela Rua da Maré, o garoto ganhara o arvoredo além da coroa de areia onde se elevava o convento de Nossa Senhora da Penha de França. Ai parou um instante, com a ligeira hesitação da esperança que receia um malogro.

Era ele um belo rapaz de dezessete anos; não obstante a pouca idade, mostrava no gentil parecer tal ardimento, e no talhe bem composto um donaire firme e resoluto, que imprimiam em sua graça adolescente uma encantadora bizama.

Com um movimento que parecia habitual alisava um bigode ausente, o qual apenas se anunciava pela macia pubescência do lábio superior. Em falta dos longos pêlos que repuxasse em momentos de enfado, à moda dos veteranos, pagavam os cantos da boca fresca e rosada.