Um justilho preto, curto e chanfrado, cerrava-lhe a cintura mimosa, que dobrava-se como a haste da flor, com as inflexões do talhe.
Breve se apagara nos lábios do governador o sorriso, percebendo que a menina não estava só, mas praticando com alguém. Ao ver o intruso, a posição em que se achava, e a casta de gente que era, carregou-se-lhe o sobrolho; e por uma leve depressão do lábio superior, dir-se-ia que mordera um fio do bigode.
Todavia não se alterou em geral a calma de seu porte; e a ligeira perturbação passou desapercebida para todos, com exceção dos dois oficiais que ladeavam o governador.
Foi então que o Capitão Negreiros, justamente irritado contra o temerário que ousara cair no desagrado do poderoso governador, não só lançou contra o Nuno aquela apóstrofe acentuada com a mais oca retumbância de sua voz, porém ficou-o fulminando com a sombria catadura.
Como não respondesse o rapaz, e estivesse lá de seu poleiro a mirá-lo com ares de mofa, arremessou-lhe de novo estas palavras:
— Não tens boca, mariola! Que fazes tu ai?
— É um ninho de carriça, sim, meu senhor!... respondeu o menino atarantado.