— Que apoquentação do diabo! gritou o Nuno. E todos eles a darem-me com a matraca!... Muito moço, muito moço!

— Você não pode tomar nesta contenda as partes de ninguém mais, senão daqueles com que estão os seus. Não lhe parece, Cosme?

O fuinha atento à altercação foi surpreendido por aquela interpelação direta, da qual bem desejava fugir. Mas Nuno de seu lado voltara-se para ele esperando seu alvitre: força era dá-lo.

— Eu, sim, eu, quero dizer... pensando bem, entendo que... você (para o poeta) ... você (para o caixeiro) tem razão.

— Está ouvindo? exclamou Nuno.

— Estou!... O Cosme concorda comigo!

— Não há tal.

— Justa... mente!... disse o fuinha gaguejando e escandindo a palavra de modo a endereçar cada sílaba a um dos companheiros.

Tinha o Cosme esse hábito de gaguejar nas ocasiões difíceis.

— A primeira pátria, continuou o poeta sentenciosamente, é a nossa casa; pois está mais junto de nós. Traz-nos dentro dela toda a meninice, como nos traz no ventre durante nove meses aquela que nos deu o ser. Que se diria de uma criança que rasgasse por