e seu pajem que avisavam no modo de penetrarem no aposento. Notando que esse murmúrio saía da fresta que ficava entre o armário e a parede, adivinhou o mancebo a existência de um vão de janela ou porta naquele ponto. Com um olhar calculou a posição de seus adversários, a distância em que se achavam os to cheiros, e traçou um plano.

Ao disparar o mosquete, arrojou-se ele ao canto do armário, e metendo o braço entre o fundo e a parede, empurrou com tal força o pesado traste que este despenhou-se no chão, causando um temeroso estrondo e apagando as tochas com a violenta deslocação do ar.

Aproveitando-se da escuridão, o. intrépido mancebo encontrou às apalpadelas a janela; cuja aldraba facilmente abriu. Com o baque do armário, D. Severa soltara a candeia, ficando o corredor às escuras; mas percebia-se no fundo uma nesga. de céu.

Por ali desapareceu Vital.

Ao saltar a janela, encontrou resistência que logo cedeu, e ouviu um grito; mal suspeitava que duma peitada tinham virado de cambalhotas,. um sobre o outro, a respeitável D. Severa e seu pajem.

Mas o pior foi que, nesse rolo, a ponta do chifarote de Nuno ia vazando o olho direito da dama, que nessa ocasião provou a. vantagem de possuir um sofrível nariz.