tarde pela primeira vez depois dos importantes sucessos de que foram teatro a janelinha do sótão e a rótula do beco.
Imagine-se pois o que não se tinham a contar as duas camaradas, e como eram curtos os momentos para sua garrulice. Cada uma começou dez vezes a história que a outra, impaciente, interrompia para continuar a sua; e assim aos pedaços, alinhavando aqui e cerzindo ali, conseguiram ambas dizer, não quanto queriam, mas bastante para o caso.
Acabava Belinhas de comunicar à amiga que o Lisardo àquela hora devia estar ao pé da cerca esperando vê-la na rótula; e Marta lembrava-se do Nuno que andava por longe, quando a ameaça da Senhora Rosaura de mandar o filho para Lisboa, arrancou-lhe aquele mavioso suspiro.
— Eu cá, se o caso fosse comigo, havia de remeter o pequeno para Lisboa, mas era depois de ter dado o troco aos tais fidalgos de meia-tigela.
Essa observação vinha da velha Engrâcia, que era uma das mais decididas do mulherio recifense.
— O troco, eles o hão de ter, que lho há de dar o governador, e com usura, tornou a Rufina como quem lambia por dentro.
Não se rendeu a Engrácia:
O governador é um trapalhão que não ata