mascates, que o cumulariam de bajulações, para terem-no a favor.

Ordenava a carta régia de 19 de novembro de 1709 que o governador da capitania com o ouvidor-geral fizessem o termo que entendessem podia caber ao distrito da vila. Essa intervenção do magistrado era um freio salutar que o Rei pusera ao arbítrio de Sebastião de Castro.

Este, porém, achou jeito de iludi-lo, como fazem modernamente os reis constitucionais com os parlamentos, que se não deixam corromper de rosto alegre pelas tetéias e boas propinas. Mandam-nos passear como importunos. Assim o fez D. Sebastião com o ouvidor, como veremos no decurso dos acontecimentos.

Servia então o cargo de ouvidor-geral da Capitania de Pernambuco, o Dr. José Inácio de Arouche, que os de Olinda encareciam por honradíssimo, de ânimo reto e mui imparcial; mas não vem fora de sazão advertir que o magistrado foi acérrimo sequaz dos pernambucanos.

Era o Dr. Arouche sujeito meão, seco, e teso de porte. Os ossos repuxavam-lhe a pele encarquilhada, porque desde moço que a inveja o mirrava. Não perdia ocasião de engramponar-se na sua integridade e longa prática, o que não o impedia de render-se às próprias paixões.

Não atendia a amigos, porque não os tinha, nem os egoístas