mas enganam-se, que essa lepra moral da corrução não há lixívia que lhe apague a mácula.
— Diz você, mulher, que foi o moço quem trouxe aquele desaforo da canalha de Olinda!
— E juro, senhora! Pelas chagas de Nosso Senhor Jesus Cristo, que, se não for verdade, eu não me arrede daqui! Ele está aí, que o diga!... terminou a viúva apontando para o Cosme, que encolheu-se como a ostra na casca.
— Estas cousas não se falam tão alto! observou o Pisca-Pisca em tom submisso, indo à rótula espreitar pelas reixas se alguém estava à escuta.
— Pois ele que trouxe o desaforo há de levar a resposta, tornou a Rufina. Caiu-me a sopa no mel. Eu vinha mesmo por este particular. Chegue cá, moço!
Aproximou-se o Cosme ainda sarapantado; mas sempre embiocado na ronha, que não o abandonava nos transes mais arriscados.
— Ora, exclamou a Senhora Rufina, é o Cosme Borralho, o moço do entrevado!
— O próprio. senhora de minha veneração.
— Pois melhor. Ouça cá!
Ouviu o Cosme sornamente o recado da Senhora Rufina.
— Eu... eu... Cos... Cosme Borralho, disse o escrevente que gaguejava quando lhe fazia conta; eu