Saltava o endemoniado moço como uma pulga em volta da panóplia e desfechava-lhe cada cutilada, que feria logo na coiraça e sobretudo no capacete.

— Defende-te, vilão... gritava ele. Que senão te corto em talhadas com esta espada como uma melancia! Em guarda, ajudante das dúzias! Olha este golpe terçado!... Zás!... E este de ponta!... Traspassado, barbudo do inferno!... Rende-te ou morre, negro, negreiro, negrão!...

No meio deste fero combate em que o Nuno imaginava estar pelejando com o Ajudante Negreiros, o homem de sua especial birra, ouviu ele um rumor do lado da escada, e receando que lhe andassem à cata e o pilhassem na embrechada, foi espiar ao corredor, e bispou o Cosme que subia os primeiros degraus.

Veio-lhe a curiosidade de saber que novidade trazia o Pisca-Pisca àquela casa, onde ele afirmava que não punha os pés; e separando-se pesaroso da catana ficou de espreita ao escrevente a quem viu entrar para o oratório, onde com pouco foi ter a D. Lourença.

Não podendo escutar o que passava dentro, pôs-se de plantão na escada para cortar a retirada ao Cosme e falar-lhe; sobretudo desejava ter novas do que ia pelo Recife depois que de lá se partira.

Infelizmente a D. Severa que voltava desenganada