— E eu, este é meu caminho!

— Já vejo que você foi um Ferrabrâs de Alexandria.

— Não digo tanto; mas fui um soldado que sabia seu ofício, e ainda não o desaprendeu. Tome-me o senhor escudeiro a seu serviço, que se não há de arrepender.

— Águas passadas não movem moinho. Você, que é antigo, deve de conhecer o rifão. Não há de ser com as bravatas do tempo dos holandeses que havemos de ensinar os mascates, senão com boas cutiladas...

— Este braço, apesar da tremura, ainda arranha!

— Vá-se andando, meu velho, que temos mais que fazer.

— Sempre quero mostrar que ainda não estou molambo que se bota fora.

E o velho apanhando uma das catanas que rolavam pelo chão, apanhou-a como quem entendia do ofício e fez com a espada um molinete que ninguém por certo esperaria de semelhante podão.

Riu-se Nuno desses floreios, e levando a mão à cinta, cruzou o ferro, certo de em dois tempos desarmar o velho, mas saiu a cousa às avessas, pois foi a sua espada que saltou-lhe da mão.

— Oh! senhor escudeiro, não dê barrigadal

— E então, o velhinho não é da carepa?

Apanhou o Nuno a espada e vinha cego sobre o