de sala para a qual nascera sua alma.

Seria fazer pouco na perspicácia do leitor, supor que ele já não percebeu do que se trata. Todavia sou capaz de apostar que ainda não atinou com a verdade inteira; e se assim não é, feche o livro, pois sabe mais do que ele.

A noite em que Vital Rebelo de volta de Olinda com sua noiva aprisionou os dois casais de namorados em Santo Amaro, não cuidou senão em dar-lhes hospitalidade, e de tão boa vontade e por modo solícita, que se não lembrassem eles nas horas mortas de bater a linda plumagem, sobretudo o Nuno, afamado por suas estrepolias.

O mais do tempo, consagrou-o à sua felicidade. E quem, depois de um ano tão curtido de amarguras e desesperos, lhe podia pedir conta dessas poucas horas de egoísmo? E demais, devia ele deixar só naquela noite a sua Leonor, a esposa querida que acabava de conquistar ao ódio dos parentes? Não seria expô-la a qualquer temerário arrojo dos nobres, excitados pelo sentimento da vingança e pelo rebramo do orgulho ofendido?

No outro dia, cedo; depois de tomar todas as precauções necessárias para defender sua habitação de qualquer assalto de fora, como para guardar a saída aos seus prisioneiros, partiu ele a cavalo