Calou-se o capitão-mor.
— Que dizeis a isto? insistiu o governador.
— Digo que pode bem ser esteja a razão da parte de Vossa Excelência.
— Neste caso, por que não ma dá o senhor capitão-mor fazendo o que lhe aconselho?
— É do agrado do senhor governador o casamento?
— Penso, respondeu o governador elevando a voz como para acentuar melhor o seu alvitre, que será de grande proveito ao partido e à família a aliança de sua sobrinha D. Leonor Barbalho com Vital Rebelo, pois é este, além de cavalheiro de muitas prendas, homem de dotes superiores.
Desde algum tempo, que um dos toma-larguras do palácio andava rondando sôfrego de bispar alguma cousa da prática. Não escapou-lhe uma só das últimas palavras do governador, que alteara a voz a talho de ser escutado.
Nessa mesma tarde Vital Rebelo sabia do que a seu respeito dissera o governador.
Foi extrema a surpresa do mancebo.
Apesar de filho de mercador e partidário do Recife, não era ele dos que estavam nas boas graças de Sebastião de Castro; bem ao contrario, tinha impulsos de dignidade e altivez que deviam beliscar o orgulho do fidalgo.
Assim não lhe dava excelência, tratamento que não competia