fugiam os olhos da donzela de encontrarem-se com os seus.

Uma tarde em que ficou a donzela só por um instante no balcão, Vital, que andava espreitando essa ocasião, chegou a todo o galope do ginete, o qual ao manejo do destro cavalheiro empinou-se quase direito apoiando as patas na parede.

Baixos como eram naquele tempo os andares, pode o ágil mancebo erguer-se na sela a jeito de oferecer a Leonor um cravo encarnado menos formoso todavia que os dois abertos àquele instante nas aveludadas faces da donzela.

Não se animava a tímida moça a tomar a flor da mão do cavalheiro, e foi preciso que este lha deixasse na manga do vestido que abria-se em volta do mimoso braço, como a folha a cingir o cálice do lírio.

Nesse momento assomou à janela André de Figueiredo, que suspeitoso observara de dentro a ousadia do cavalheiro e a indulgência da dama. Lançando mão à flor arremessou-a contra o rosto de Vital, enquanto com o braço esquerdo arredava a sobrinha da janela, falando-lhe de um modo áspero:

— Recolha-se, Leonor!

Entretanto Rebelo que apanhara a flor no ar, trouxe outra vez o brioso ginete contra a parede.

Então com admirável