Os dias que seguiram-se à noite das bodas, a vida de Vital Rebelo não foi senão a longa e aziaga modorra, em que apagou-se o sonho inefável de sua ventura.

Todavia, um só instante não se arrependeu do que havia feito. Tinha ele uma alma dessas para quem a virtude não é a cousa banal que o mundo chama dever; mas um supremo enlevo da consciência, que sente-se divinal quando triunfa das próprias paixões.

Para os homens deste temperamento a honra não consiste em vanglórias que insufla a vaidade; e sim no íntimo contentamento de si mesmo, que é a seiva robusta de que se nutre sua existência.