xou da espada para defender-se dos golpes com quê os dous aggressores o vinham carregando.
«Ah! teedores das estradas, que me quereis? — bradou elle.
«O que te queremos, homem dos cantares, no inferno o saberás já, ainda na falta do companheiro que cuidas ter para lá despachado — respondeu um dos dous.
«Conheces-me?»
«Defende-te, Guesto Ansures!»
«Ah! E quem és tu? Que tens commigo?»
«Se não morreres de um lance, talvez t'o digamos.»
O calor que ia tomando o combate, suspendeu o dialogo.
Com quanto o mancebo conseguisse, depois de alguns minutos, pôr-se de vantagem no plano inclinado que fazia o caminho, dominando assim os salteadores, não durou muito a situação. Obrigado de novo a voltar de face, ia já cedendo terreno pelo declivio, e desconfiando do desfecho, pois que os seus adversarios eram robustos de corpo, e muito senhores de si no manejo da arma, quando assomou um vulto agigantado, coberto de um manto branco que lhe chegava até aos pés, o qual vibrando um cajado, avançava contra os aggressores.
Estes, vendo apparição tão repentina, a que as roupas alvas augmentavam q effeito mysterioso, foram tomados de um pânico. Um deitou-se a fugir pela estrada abaixo; mas o outro, que parecia ser o objectivo immediato do que tomavam, talvez, por phantasma, só pôde, attenta a sua posição, desviar-se para o lado, a fim de evitar o golpe que vinha imminente.
Ouviu-se um grito de agonia; um só. Abateu-se o cajado com peso; mas a ponta foi ferir a borda do precipicio — aquelle contra quem fora dirigido, tinha cahido pelo despenhadeiro!
O horror pareceu senhorear-se por um instante, tanto do cavalleiro como do homem do cajado. Acabar com os salteadores, fôra o proposito de ambos; mas esse genero de morte, em que o sacrificio se encobre dos olhos, produz um effeito mais profundo que a vista do cadaver envolto em sangue. Este póde causar dó ou asco: aquelle enchenos de assombro, é um como echo sahindo das trevas em