grossas lágrimas caídas no papel; mas as lágrimas secaram também. Antes de fechar o bilhete, desceu Helena a mostrá-lo ao irmão.
Quando a moça entrou no gabinete, Estácio ia ter com ela. Tinha resolução assentada. Uma vez que a irmã aceitava de boa feição o casamento, não havia mais que o aprovar e celebrar. Encontraram-se na porta; Estácio recuou para dentro.
— Helena, disse ele, faça-se a tua vontade.
— Consente?
Estácio fez um gesto afirmativo.
— Não basta isso, tornou a moça; Mendonça não voltará cá depois do que se passou. Peço-lhe a remessa deste bilhete.
Estácio abriu o bilhete; continha estas poucas palavras: "Venha hoje a Andaraí; é o meu coração que o pede e a nossa felicidade que o exige." Cinco minutos gastou o moço a ler as duas linhas; leu o que estava escrito e o que não estava. Helena desarmava os escrúpulos de Mendonça, tirando à futura união qualquer suspeita de interesse. Leu e fechou lentamente o papel.
— Aprova? perguntou a moça.
— Assim, pois, disse o moço tristemente, a tua felicidade exige que esse homem venha cá, que te cases com ele, que nos fujas? Não te basta a família, a afeição